A experiência de andar de moto é algo que supõe um prazer muito maior do que em qualquer outro modelo de veículo. É por isso que tem tantos adeptos fiéis em todo o mundo, sobretudo nos mais jovens, que consideram a moto o veículo que mais liberdade e autonomia oferece.

De qualquer forma, também é o mais vulnerável no asfalto, ao lado dos ciclistas, pela sua menor visibilidade e maior exposição em consequência de um acidente. Por isso, os motociclistas recém-encartados devem primeiro fazer «uso» do período de aprendizagem com paciência. A experiência é um posto que se adquire com prática e tempo. Aqui vamos enumerar alguns dos erros mais frequentes ao conduzir uma moto pela primeira vez e que devem ser corrigidos o mais depressa possível.

1) Pressa em aprender e pressa em chegar

Sim, é verdade que a moto anda depressa, mas não é por isso que temos de andar depressa. Muitas vezes, os limites são ultrapassados porque, simplesmente, circular de moto traz uma sensação de ligeireza tal que não nos apercebemos da velocidade a que vamos. Isto não quer dizer que, por causa disso, se justifique ultrapassar os limites estabelecidos por lei, até porque isso vai deixar o condutor exposto a consequências muito mais graves do que multas ou sanções.
Até ter confiança suficiente, é preferível não ser impaciente. Desde logo, é também totalmente intolerável «picar-se» com outros condutores, mesmo que seja provocado, pois é preciso ter em conta o nível e a experiência de cada piloto e, sobretudo, evitar egos, pois não tem nada a demonstrar a ninguém.

2) Cuidados com a manutenção

É fundamental que tenha sempre atenção à manutenção da moto. Se está interessado em cuidar da sua própria segurança, deve cuidar também da saúde da sua moto, pois em caso contrário expõe-se a um risco facilmente evitável.
O estado dos pneus, dos travões, luzes e níveis de óleo, tal como o desgaste dos sistemas como a suspensão e outras possíveis avarias são responsabilidade própria. Se é novato, leia o manual da moto, para absorver todos os conselhos indispensáveis para a manutenção.

3) Circulação pouco fluída e instável

Os nervos e a tensão de levar nas mãos um veículo com tanto peso e potência pode gerar quebras nos músculos, apenas por medo de perder o controlo. A moto é um veículo muito estável, ainda que dependa sempre do seu equilíbrio constante, com uma proporção contínua de aceleração e cuidados nas curvas e travagens.

Desfrutar das curvas numa estrada de montanha é um prazer absoluto, com paisagens maravilhosas – melhor ainda se for em boa companhia – mas nem todas as pessoas sabem conduzir nelas. Não conhecer a distância de travagem de uma moto é um erro muito habitual dos primeiros tempos, pelo que devemos fazê-las de maneira suave e com cuidado para não cair, travando sempre antes da curva e evitando adaptar a velocidade uma vez dentro dela. Em primeiro lugar há que travar com a roda da frente cerca de 10%, depois uma maior pressão até aos 80% e logo relaxar mais 10%, travando um pouco com a traseira, sem a deixar bloquear. Desta forma os pneumáticos e as suspensões adaptam-se melhor à travagem.

4) Falta de atenção à estrada

Deve colocar toda a atenção nos elementos do solo que possam interferir em travagens ou na condução natural, como gravilha, areia, plantas, água, combustível, gelo, ou piso deteriorado. Mas também há que ter atenção a outros elementos inerentes ao passeio, como os sinais de trânsito, as passadeiras, ciclistas a ultrapassar, lombas, zonas de ultrapassagem, sinais de STOP, animais, veículos pesados ou vento, que possamos perder de vista durante uma distração com a paisagem.

5) Equipamento e protecções inadequados para moto

Em muitas ocasiões, devido à falta equipamento ou por questões de estética, os novatos podem não dar a devida atenção às garantias de segurança que os elementos de protecção trazem, como é o caso do capacete ou da roupa adequada. O capacete deve estar homologado e adaptado ao tamanho, para além de que, sendo obrigatório, mais vale investir num que seja de boa qualidade. Seja em qual for a altura e circunstância em que vai conduzir, o alcatrão é igualmente perigoso em todos os casos e pode ser o capacete a salvar-lhe a vida. O mesmo serve para o casaco, a proteção de coluna, as luvas, as calças e as botas que são essenciais, mesmo no verão. A boa notícia é que há equipamento adequado para altas temperaturas.

6) Nem ver nem fazer-se ver

A confiança em cima de uma moto é um requisito indispensável para circular com segurança. No entanto, o excesso de confiança é outros dos grandes erros dos novatos. Aprender a circular com uma moto requer tempo, por isso não baixe a guarda e considere sempre que não foi visto.
Não aproveite os buracos pela direita, nem se coloque entre carros, lembrando-se sempre que as ultrapassagens se fazem pela faixa da esquerda, tal como os outros veículos.
Antecipe os movimentos dos restantes utilizadores da estrada, pois há muitos que não sinalizam as mudanças de sentido, há peões despistados e carros estacionados cujas portas se abrem… e deve estar atento a todas essas movimentações inesperadas, com os sentidos alerta.

7) Passageiros a bordo

O passageiro está à sua responsabilidade e se não tem muita experiência, pode ser uma bela “prenda”. É importante apoiar ambos os pés para permitir que o passageiro suba à moto e que o peso não o desequilibre, sustentando com firmeza. Ao ter um peso maior na roda traseira, tenderá a ter maior tração e o travão de trás vai demorar muito mais a bloquear por completo. Terá, por isso, que fazer muito mais força para conseguir uma travagem mais equilibrada. Se não tiver muita experiência, reduza a velocidade ou evite levar passageiros até que consiga fazê-lo com confiança.

 

 

Fonte: http://www.circulaseguro.pt/condutor-e-ocupantes/os-sete-erros-comuns-anda-moto

 

  • ecpa

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