
- Março 27, 2024 /
- Dicas para 2 Rodas /
- por ecpa /
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Os primeiros 1000 km são os mais importantes na vida do seu veículo novo. Saiba como os deve fazer.
Providenciar uma rodagem adequada durante os primeiros quilómetros da sua moto nova, ajuda a assegurar a longevidade, a fiabilidade e o bom rendimento do seu veículo.
A rodagem apropriada permite que as peças, sobretudo as do motor, se acoplem uma às outras de forma suave, minimizando o contacto entre elas, facto que posteriormente reverterá também a favor de melhores prestações e menores consumos de combustível. Por isso é importante que, nos primeiros quilómetros, seja prudente no uso do acelerador.
Há uma regra básica que se pode aplicar a praticamente todos os veículos, salvaguardando obviamente as condições referidas no manual do proprietário que, sem qualquer dúvida ou desculpa, deve ler antes de se sentar aos comandos da sua nova moto.
Consiste em:
Durante os primeiros 500 quilómetros, nunca rodar o punho do acelerador, mais do que metade do seu curso.
A partir daí, e até aos 1000km, imediatamente antes de fazer a primeira revisão, pode aumentar o ritmo, desde que nunca rode o acelerador mais do que 3 quartos do seu curso. É importante que, durante os primeiros 1000km, varie frequentemente o regime do motor. Numa moto, basta, por vezes, reduzir ou aumentar a relação de caixa, mais frequentemente do que seria normalmente necessário.
Numa scooter deve conseguir o mesmo objectivo, mas rodando a velocidades diferentes, alterando a intervalos de aproximadamente 5 minutos, e fazendo curtas paragens a cada 30 ou 45 minutos.
Assim, os componentes móveis do interior do motor e caixa de velocidades são submetidos a sucessivas cargas e descargas permitindo, entre outros fenómenos físicos e químicos, uma temperatura de funcionamento mais baixa e uma melhor lubrificação. Isto favorece também o processo de acoplamento das peças.
Mas não exagere! Evite uma velocidade baixa constante, o que também não é, de todo, recomendável, pois é tão ou mais prejudicial do que a rotação excessiva. Acelere normalmente o motor, sem problemas ou preconceitos, dentro dos limites recomendados.
Ainda assim, depois dos 1.000 e até por volta dos 1.500 quilómetros, evite conduzir com o acelerador completamente aberto durante mais de 10 minutos consecutivos.
Há quem diga que os motores são rodados em fábrica, e de diversas formas, o que é verdade, mas são-no em bancada, por poucos minutos, e fora da moto! E verdade seja dita é que, mesmo o motor mais bem equilibrado, não está livre de uma falha humana na sua instalação. Por isso mais vale prevenir!
Aquecimento do motor antes de arrancar
Será que, a frio, se deve manter o motor a trabalhar ao ralenti durante tempo suficiente para permitir que o óleo chegue a todas as partes internas do motor, ou como se diz na gíria “aqueça”?
Há quem jure que sim, e quem deixe o motor a trabalhar durante alguns minutos até estar bem quente”, mas há engenheiros das próprias marcas que dizem que, ao fim de 4 ou 5 segundos, a lubrificação já funciona a 100%.
Claro que tudo depende da temperatura ambiente, e com valores negativos será completamente diferente do que com valores acima dos 12 graus, mas precisamente por isso, os lubrificantes actuais são todos multigrado, ou seja, mantêm (dentro de certos parâmetros) a sua viscosidade independentemente da temperatura.
A teoria de alguns fabricantes é a de que o período de aquecimento pode eventualmente favorecer o desempenho do moto logo após o arranque, mas que, por outro aspecto, é contraproducente para outros componentes da moto, vejamos:
A transmissão, seja a primária (caixa de velocidades) seja a secundária (Pinhão, Corrente e Cremelheira, veio e cardã, ou mesmo as CVT, de variação contínua – Continuously Variable Transmission, que englobam a embraiagem centrífuga (automática) que vulgarmente se encontra nas scootes “aceleras”), por essa altura, e por terem estado paradas, tal como os pneus, não estão ainda na sua temperatura ideal de funcionamento.
Por isso, segundo eles, faz mais sentido dar arranque ao motor, e praticamente logo de seguida começar a andar, devagar, e fazer os primeiros 3 ou 4 quilómetros a ritmos francamente baixos, para que todos os componentes aqueçam por igual, até à sua ideal temperatura de funcionamento.
Rodagem dos pneus
Mas é mesmo necessário fazer a rodagem de pneus novos?
A maioria dos fabricantes de pneus garante que sim, que é essencial fazermos uma rodagem aos pneus novos, com uma duração de, pelo menos, 100 km. Durante esse período, devemos conduzir a uma velocidade moderada e evitar acelerações e travagens bruscas, por várias razões:
Primeiro porque o rasto do pneu tem menos aderência, sobretudo por causa da película fina de parafina, ou silicone, materiais que inicialmente servem para “desenformar” o pneu depois do processo de vulcanização, e posteriormente servem de proteção durante o seu transporte e armazenamento.
Depois porque esse período também ajuda o condutor a conhecer melhor as novas características de aderência e comportamento na entrada em ângulo, já que cada marca, modelo e tipo, oferecem diferentes sensações na condução.
Além disso, deve evitar-se uma condução muito desportiva sem que primeiro se vá, gradualmente, exigindo uma maior performance. É nestas alturas que se revelam alguns defeitos de fabrico, pelo que convém ser prudente. Por isso, é até aconselhável fazer, com frequência, uma inspecção prévia antes da partida. Mas já lá vamos!
Inspecções antes de conduzir
Esta é uma prática que, apesar de lógica e incontestada, é frequentemente ignorada, sobretudo pelos motociclistas mais experientes.
Consiste em, antes de conduzir o seu veículo, verificar alguns componentes fulcrais para a manutenção da integridade física do motociclo e, por inerência, do próprio condutor.
Sobretudo numa moto nova a que ainda não se está bem acostumado, é importatnte saber-se que tudo está em ordem e que não vamos apanhar um valente susto na primeira travagem, ou na primeira curva. Por isso, nunca subestime a importância de realizar (pelo menos) as seguintes verificações, diariamente, antes da partida. E se detectar qualquer anomalia, tentar resolvê-la de imediato.
O QUE VERIFICAR:
A direcção:
O guiador deve sentir-se suave, sem prisões ou estalidos. Qualquer folga é um mau sintoma!
Aperte o travão dianteiro, e sem usar nenhum dos descansos, empurre o guiador para a frente e para trás. Novamente, qualquer folga é um mau sintoma!
Empurre o guiador para baixo, e verifique se a suspensão volta, com suavidade, ao ponto inicial.
Os travões:
Verifique a folga das manetes. Aperte-as. Tudo o que seja mais de um centímetro entre a posição livre e o momento em que se começa a sentir o esforço do accionamento, é demais. Ao largá-la ela deve voltar imediatamente à posição inicial.
Veja se consegue corrigir qualquer eventual problema, senão passe numa oficina. Numa travagem de emergência, poder dosear a força é muito importante, e uma folga ou tensão exagerada pode comprometer a sensibilidade, ou a própria capacidade de travagem.
Verifique os tubos de travagem. Não deve encontrar nenhuma união a babar-se nem nenhuma irregularidade ou vinco em nenhum ponto do revestimento exterior.
Com o guiador a direito e em piso plano, verifique o nível de óleo dos travões! Caso não encontre nenhuma fuga nas tubagens, um nível ligeiramente abaixo do máximo pode indicar que as pastilhas de travão devem já estar bastante gastas. Em caso de dúvida, passe numa oficina.
Entretanto, aproveite e rode o punho do acelerador ao máximo, e solte-o. verifique que regressa sem esforço nem ajuda à posição original.
O nível de óleo motor:
Por precaução, assegure-se também de que o nível de óleo do motor se encontra na marca de nível superior da vareta ou do visor do nível de óleo. Se não encontrar nenhuma fuga de óleo, um nível baixo pode ser um mau sintoma. Uma fuga, no entanto, pode ser facilmente solucionada, tratando-se normalmente de uma falha humana, que normalmente não compromete a longevidade ou o bom funcionamento do motor. Nunca permita é que o nível de óleo desça abaixo da marca inferior de forma a evitar danos no motor.
Se acrescentar óleo, e pela mesma razão, não deve permitir que este suba acima do nível máximo. Nos motores que utilizam vareta, convém certificar-se no manual de instruções se, para fazer a medição, esta deve ou não ser enroscada no bucal. Nos motores que têm visor, deve certificar-se que tem a moto nivelada e exactamente na vertical!
Em teoria, até ao fim da rodagem não deve necessitar de acrescentar óleo, mas numa moto nova pode sempre haver uma qualquer tipo de fuga facilmente reparável, que pode destruir o motor caso este fique sem lubrificação. Se verifiqcar um nível invulgarmente baixo, deve consultar um concessionário da marca, com a maior brevidade possível.
Os pneus:
Primeiro verifique o seu perfil. A olho nú, é possível ver-se se a pressão existente é insuficiente já que se forma uma “batata” entre o aro da roda e o piso. Mas uma pressão excessiva, mais difícil de verificar a olho nú, também é nociva, e deve ser corrigida assim que possível.
Verifique ainda se no piso dos pneus existe algum corpo estranho (pedras, pregos, farpas, etc) entalado nas ranhuras, ou mesmo cravado na banda de rolamento. Veja nas paredes laterais se há sinais de deformações, ou cortes na borracha.
Quando os pneus são novos, também é importante controlar regularmente a pressão. Esta função é obrigatória se deseja prolongar a sua vida útil e consumir menos combustível. Mas durante os primeiros 100 quilómetros ainda mais, uma vez que uma má montagem ou qualquer defeito de fabrico, no aro ou no pneu, podem causar perda de pressão.
A iluminação:
Verifique se todos os componentes estão a funcionar correctamente: Farol, farolim, piscas e luz de Stop. É importante ser visto!
Qualquer fusível queimado nesta fase, pode indicar uma deficiência no sistema eléctrico. Fique atento!
Aproveite ainda para regular bem os espelhos, e caso necessário, limpá-los.
O combustível:
Certifique-se de que tem combustível suficiente para o percurso que pretende fazer. Se tiver menos de 1/4 de depósito mais vale abastecer antes de se meter ao caminho!
Há grandes teorias sobre que gasolina utilizar, e sobre qual a melhor marca, mas na realidade são todas boas, residindo a diferença sobretudo /além do preço) na quantidade e qualidade dos aditivos, por isso utilize a que melhor lhe aprouver. Afinal, o dinheiro é seu!
Não se esqueça é que, com a globalização, os motores estão preparados para consumir combustíveis com muito menos qualidade do que aquela que normalmente encontramos, mesmo nas gasolinas mais baratas da Europa! E que a electrónica se ajusta automaticamente em função da sua octanagem e pureza.
A primeira revisão
Finalmente a rodagem da sua moto chegou ao fim! Ou quase! Não importa se comprou uma moto “descartável”, ou o supra-sumo da tecnologia, mas a revisão de manutenção dos 1.000 km é a mais importante que lhe vai realizar.
Durante o período de rodagem, o motor sofre desgastes internos devido ao acoplamento das peças, sendo por isso eventualmente necessário fazer reajustes em determinados componentes, nomeadamente do motor, já para não falar na inevitável primeira mudança de óleo e respectivo filtro, onde podem ser detectadas provas de uma eventual deficiência que se poderá vir a reflectir de forma pouco agradável num futuro próximo, ou na performance e longevidade do motor.
Por tudo isto pode evitar muitos problemas se realizar esta operação que nem é das mais demoradas, em muitos casos é até gratuita, ou tem grandes descontos, e ainda evita pôr em causa a validade da garantia que, como sabe, é de, no mínimo 2 anos, havendo inclusivamente marcas que a estendem até aos 5 anos, mas que em qualquer caso é automaticamente anulada se as manutenções técnicas obrigatórias, referidas no manual, não tiverem sido efectuadas por uma oficina credenciada.
Fonte: https://www.andardemoto.pt/moto-dica-longas/38280-como-fazer-a-rodagem-da-sua-moto/
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ecpa