As botas são, por variadas razões, um equipamento muito importante para qualquer motociclista. Fique a conhecê-las.

Qualquer motociclista com menos experiência tem tendência a menosprezar a importância de um bom par de botas, quando se senta aos comandos da sua moto. Mas o que a experiência nos ensina, é que um bom par de botas é um dos elementos fundamentais para a segurança e o conforto de quem anda em duas rodas. E quanto mais pesada ou alta ou potente for a moto, mais importante é também a utilização de umas boas botas.

Actualmente no mercado há uma bota para cada caso. Para que possa escolher a mais adequada para si, aqui ficam algumas notas que deve ter presentes no momento da escolha:

As botas especificamente desenhadas para o motociclismo, apresentam grandes vantagens em termos de segurança relativamente ao calçado normal, e deveriam ser encaradas e escolhidas com o mesmo cuidado com que se escolhe um capacete, umas luvas ou um casaco. 

Tal como todo o equipamento de motociclismo, devem ser do tamanho correcto, não devem ficar largas, mas também não devem ter pontos de pressão elevada. Devem ser resistentes, impermeáveis e proteger, pelo menos os tornozelos, sendo que o ideal é que protejam também as canelas.

E como há imensos e variados tipos de botas especificamente concebidos para andar de moto, a sua escolha implica cuidados particulares, e o desconhecimento de pormenores técnicos pode vir a revelar-se um verdadeiro pesadelo ou um enorme desperdício de dinheiro: há botas para cada tipo específico de moto, para cada tipo específico de utilização e para cada situação meteorológica. O objectivo é sempre garantir o máximo conforto e a protecção adequada.

 

Nota importante: os vulgares ténis desportivos ou de caminhada e o chinelo de enfiar no dedo não figuram em nenhuma destas categorias! A 60km/h, uma pequena pedra levantada por um pneu de um veículo que circule na nossa frente, pode causar danos violentos nos dedos, ou mesmo no pé. Isto para nem sequer falar numa queda! Não facilite!

As botas de moto desempenham duas funções principais: proteger o pé, os tornozelos e as canelas, e garantir aderência em manobra. No entanto, também se lhes pede conforto suficiente para poderem ser suportáveis por longos períodos de tempo, e para enfrentar algumas pequenas caminhadas. 

Em muitos casos as botas são também fundamentais para isolar o calor emanado pelo motor no pino do verão. Pela mesma razão, devem ser fabricadas com recurso a materiais respiráveis para evitar a condensação do suor. E nos dias de chuva, mesmo em pequenas deslocações, não há nada pior do que andar com os pés molhados, por isso a impermeabilidade também é muito importante. Cada vez é mais frequente a utilização de solas “anti-vibração” que também se revelam um factor importante para aumentar os níveis de conforto, sobretudo ao fim de muitas horas de condução.

A par com tudo isto, uma boa bota de motociclismo também oferece uma boa sensibilidade e uma boa dose de maleabilidade.

 

A compra:

Ao comprar umas botas de motociclismo, deve sempre experimentar o seu número habitual, e se o achar apertado, então experimentar também o número acima. Não confie no facto de que as botas alargam, porque elas apenas se moldam ligeiramente ao pé! Caso fiquem largas, na altura da prova, não se deve conformar com a teoria de calçar umas meias grossas. Não resulta, sobretudo no Verão! Mais vale experimentar outro modelo, eventualmente até de outra marca. 

Dependendo do tipo de bota, umas serão mais fáceis de se adaptarem ao pé do que outras, por isso o ideal é que elas encaixem perfeitamente logo na primeira vez que as calça, e que permitam facilmente reproduzir todo o tipo de movimentos que se fazem normalmente aos comandos de uma moto.

As senhoras encontram nas botas de motociclismo uma das maiores dificuldades na escolha de equipamento adequado: 

Primeiro porque são mais as penduras do que as condutoras, e por isso os fabricantes apostam mais no conforto e na impermeabilização do que nos outros aspectos. Grande parte dos modelos não reflectem a anatomia do pé feminino, sendo formatos de botas de homem com tamanhos mais pequenos e decorações diferentes. E depois porque são menos os fabricantes que produzem modelos específicos para as condutoras, tornando a escolha ainda mais difícil. 

 

Botas desportivas

Primeiro que tudo deve ter em conta que este tipo de botas é concebido especificamente para quem anda a elevadas velocidades, em motos desportivas e em circuito, destinadas a utilizações pontuais e por períodos relativamente curtos.

O formato aerodinâmico, o nível de protecção, o tipo de fechos e as protecções exteriores são desenhados tendo em conta níveis de segurança e desempenho muito elevados. 

Congregar estas duas premissas não é fácil, pelo que tampouco sai barato, já que envolve articulações dispendiosas para garantir maneabilidade, materiais de qualidade superior em termos de resistência à abrasão e ao impacto, sistemas de aperto elaborados e materiais respiráveis e impermeáveis todos eles bastante dispendiosos.

As solas e as palmilhas também são desenhadas e fabricadas com elevadas especificações que garantem um bom suporte do pé, um bom amortecimento e uma grande aderência. Protecções interiores fabricadas em materiais altamente tecnológicos, colocadas estrategicamente, garantem uma elevada segurança, e protecções exteriores promovem uma elevada longevidade da bota, sendo que normalmente todas elas podem ser substituídas. 

Sejam botas de motociclismo de velocidade ou sejam botas de “offroad” (motocross e enduro) todas elas são desenhadas para estarem sobre a moto, e dificilmente se podem considerar confortáveis fora dela. Normalmente todas elas necessitam de um razoável período de adaptação até que se moldem ao pé.

Botas de Viagem

As botas de viagem caracterizam-se por um compromisso entre o conforto e a protecção: conforto durante mais tempo e mais quilómetros, protecção contra uma eventual queda, e contra os elementos. 

O seu fabrico inclui materiais altamente tecnológicos que congregam uma grande leveza com uma elevada resistência, impermeabilização com respirabilidade, conforto com segurança. 

Normalmente incluem protecções dos tornozelos, do calcanhar, da canela (por isso apresentam um cano alto) e dos dedos. As suas solas são altamente aderentes, as palmilhas são confortáveis e substituíveis, e todas elas apresentam (ou deviam apresentar) um reforço exterior na zona de contacto com o pedal das mudanças.

Uma particularidade fundamental das botas de viagem é a sua capacidade de garantir conforto, também fora da moto. Uma visita a um museu ou uma caminhada pela natureza não devem implicar uma troca de calçado. 

Normalmente as botas de viagem garantem conforto logo desde o primeiro momento em que são calçadas. No entanto, nunca deve estrear as suas botas novas quando parte de viagem. Convém sempre usá-las pelo menos uma vez antes de partir, por apenas algumas horas, para perceber se elas precisam de mais algum tempo de “rodagem” até se adaptarem perfeitamente ao seu pé.

Botas de Aventura

As botas de viagem não são indicadas para uso “offroad”. Para isso, é necessário umas botas que apresentem uma sola específica, e uma construção mais resistente. Por isso, com o advento das motos “dual sport”, começam a chegar ao mercado botas que misturam as características das botas desportivas de motocross e enduro, com as características das botas de turismo.

Caracterizam-se por serem mais leves e maleáveis que as botas de competição, mas mais resistentes que as botas de turismo. Apresentam normalmente um cano mais alto, uma sola mais recortada e sistemas de fecho mais elaborados, a par com uma protecção ainda mais elevada, nomeadamente no que diz respeito aos tornozelos e biqueira, garantindo uma maior segurança no caso de ficarem entaladas entre a moto e um piso de pedras. 

Não sendo tão confortáveis como as botas de viagem, ainda assim permitem enfrentar pequenas caminhadas e conforto ao cabo de longas horas de condução. 

 

Botas urbanas

Obviamente que, no Verão, e em pequenos percursos urbanos, andar com uma botas calçadas é quase uma violência. Também nos casos em que não se queira exibir um estilo “motard” as botas de motociclismo dificilmente passam despercebidas. 

Com a cada vez maior implantação das scooters e das motos de estilo urbano, os fabricantes começam a apresentar soluções que, mantendo um aspecto “casual”, garantem bons níveis de segurança. 

Há-as de todos os estilos, e apesar de terem um cano mais curto, ou praticamente inexistente, garantem sempre uma elevada protecção dos maléolos, do calcanhar e dos dedos, e todas apresentam reforço na zona do pedal das mudanças. 

As suas solas também garantem uma boa aderência em qualquer tipo de piso. 

Nota importante: Nesta categoria aparecem vários modelos de botas com atacadores. Merecem uma atenção especial para que não se corra o risco de que os laços do nó fiquem presos nos pedais ou nalguma peça ou parafuso mais saliente. O ideal é apertá-los sem laços, e meter as pontas para dentro do cano, de forma a que não saiam para fora com a deslocação do ar. 

 

Fonte: https://www.andardemoto.pt/moto-dica-longas/29235-botas-de-motociclismo-como-escolher/

  • ecpa

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