- Julho 28, 2021 /
- Dicas para 2 Rodas /
- por ecpa /
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No mundo das duas rodas, encontram-se facilmente dois públicos no momento da escolha de uma moto: aqueles que não sabem o que comprar e os que sabem exatamente o que pretendem.
Se falar com motociclistas mais experientes, verificará que todos têm as suas opiniões e justificações, mas importa saber o mais importante: quais são as suas motivações e necessidades?
Tenha ou não experiência no mundo das motos, convém efetuar algum trabalho de casa prévio, antes de tomar a “grande” decisão. A vantagem é que hoje em dia a oferta das marcas, a tecnologia, os muitos estilos, as características e a adaptação a todo o tipo de procura nunca foi tão vasta e abrangente.
Mas porque nem sempre tudo é tão simples e evidente, estas indicações vão ajudá-lo a obter mais informação útil, tenha ou não experiência.
O seu perfil, experiência e objetivos na compra da moto
Antes de mais, convém responder a várias questões básicas:
● Para quê uma moto e que tipo de utilização lhe vai dar? Será uma utilização mais regular, ao longo da semana ou apenas como veículo de lazer, aos fins de semana? Ou está a pensar numa moto para fins desportivos ou de todo-o-terreno?
● Qual a sua experiência na condução de motos?
● Quando vai utilizar a moto – ao longo do ano ou só no verão?
● Onde vai circular com a moto – na cidade? Em percursos mistos cidade-estrada? Em viagens? Em diversos tipos de terreno?
● Qual o tamanho e peso da moto mais adequados a si?
● Que carta de condução tem?
A experiência é um dos fatores mais importantes a ter em conta na escolha da moto. Um motociclista mais experiente irá sentir-se mais à vontade com vários tipos de motos e terá já tido tempo para desenvolver um gosto específico pelo tipo de motos que escolhe ou conduz.
Conheça agora alguns dos tipos de motos mais comuns e qual (ou quais) respondem melhor às suas necessidades.
Os tipos de motos
A compra de uma moto, especialmente se for a primeira, representa uma enorme emoção e adrenalina, mas também deve incluir racionalidade e compromisso com a segurança e a noção de que se trata de um veículo com uma condução e comportamento muito diferentes de um veículo de quatro rodas.
Importa sobretudo perceber que, se vai circular a maior parte do tempo na cidade, não faz sentido comprar uma moto preparada para competir no Dakar…
Estes são alguns dos tipos mais comuns de motociclos presentes no mercado, todos muito diferentes, e pensados para as mais diversas necessidades e níveis de experiência.
Motos Desportivas ou de Competição
Aqui não há que enganar: o puro desempenho e espírito desportivo são o objetivo principal na base deste tipo de motos. Em geral, são modelos baseados nas suas irmãs de pista. Apresentam-se como motos mais pequenas, ágeis e de baixo peso, privilegiando o máximo rendimento. Porque o objetivo é a potência e a velocidade, a eficiência de consumo de combustível é baixa e a posição de condução é baixa, com apoios de pés elevados e um acesso aos comandos mais longo. O que obriga a conduzir de forma inclinada e a colocar o peso da parte superior do corpo nos braços e pulsos, resultando numa experiência de condução mais cansativa. Apesar de leves e com elevado poder de travagem, este é o tipo de mota que apresenta mais riscos na estrada para motociclistas inexperientes e onde é vivamente aconselhada a frequência de aulas de condução.
Motos “Cruiser”/”Chopper”/Custom
O imaginário das estradas de pradarias norte-americanas a perder de vista está aqui bem patente, através da longa distância entre eixos, grandes dimensões, baixa altura em relação ao solo e estilo muito marcado e característico. Possuem uma posição de condução em que o corpo segue direito ou ligeiramente inclinado, com os pés esticados para a frente. As mãos ficam elevadas, à altura dos ombros. Apesar de possuírem motores que não exigem mudanças frequentes de velocidade, a posição de condução pode tornar-se desconfortável em viagens mais longas. A baixa altura também implica maiores cuidados e dificuldades em curva. São, em geral, motos pesadas e mais difíceis de manobrar, especialmente para quem tem pouca experiência.
Motos de Turismo
Como o nome indica, são o tipo de moto perfeita para as grandes viagens, pelo seu conforto para condutor e “pendura”, assim como pelas boas características de transporte de bagagem. São, por isso, motos grandes e pesadas, que se distinguem pelos motores de maior cilindrada, melhor proteção contra os elementos, maior autonomia de combustível, vasto equipamento e preço elevado. Apesar de não ser a melhor opção para quem procura uma primeira moto, especialmente se não planeia fazer viagens grandes, podem ser motos mais fáceis de conduzir do que uma “cruiser” e mais seguras que uma moto desportiva.
Motos Desportivas de Turismo
Possuem maior capacidade de bagagem relativamente a uma moto desportiva e são quase motos de turismo, embora com motores, suspensões e travões distintos. Apresentam uma combinação de personalidade desportiva (motores potentes e posição de condução mais inclinada) com características pensadas para grandes viagens. As motos desportivas de turismo apresentam menores dimensões, menor peso e um comportamento em curva mais vincado do que uma moto de turismo.
Motos de Todo-o-Terreno/Enduro/Motocross
São motos criadas para as aventuras fora de estrada: terra, areia, lama, pedras… Por isso, são altas, leves, resistentes e de construção simples. Possuem suspensão e pneus específicos e são estreitas, permitindo subir e deslizar com facilidade na moto. Este é um tipo de moto que exige tempo de aprendizagem em superfícies de terreno que apresentam riscos, sendo necessária alguma prudência para quem está a começar a andar de moto.
Motos “Dual Sport”/Aventura/Trail
Este é um tipo de moto que cresceu de forma notável nos últimos anos, visto que alia as capacidades de conforto para percorrer grandes distâncias, tanto em estrada como fora dela. Trata-se de uma espécie de moto de turismo para circular em (quase) todos os terrenos. São motos de grande dimensão, altas, pesadas, muito confortáveis em estrada e em superfícies pouco acidentadas. No entanto, o seu peso e dimensão torna-as menos indicadas para grandes saltos ou derrapagens em terrenos mais difíceis. Nestas motos, o equipamento, tecnologia e capacidade de carga são igualmente proporcionais ao seu preço. É um tipo de moto mais aconselhada a motociclistas experientes e a grandes viajantes.
Motos de Estrada, Urbanas e ”Scooters”
Uma boa escolha para principiantes, as motos de estrada, urbanas e as scooters apresentam baixo peso e tamanho, são fáceis de manobrar, económicas e muitas podem ser conduzidas com carta de condução A1 e A2. São motos que vão permitir uma aprendizagem progressiva, a velocidades mais reduzidas (nomeadamente as scooters), o que será muito útil para uma futura mudança para motos de maior cilindrada, ajudando ao mesmo tempo a ganhar confiança e perícia. Além disso, permitem circular em ambiente urbano de forma rápida, menos poluente e com facilidade de estacionamento. Muitas possuem transmissão automática, o que as torna mais fáceis de conduzir. Outra vantagem: com estas motos, os sempre embaraçosos e inevitáveis momentos de “deixar cair a moto”, são muito menos graves para o ego e para a bolsa. Duas evidentes desvantagens: desadequadas à utilização em autoestrada e em grandes viagens.
Muito importante: faça um teste à moto que vai comprar
Um teste (ou vários testes a motos diferentes) vai ajudar a identificar qual o modelo perfeito para si. Sente-se em várias motos para poder diminuir o número de “candidatas” e só depois experimente na estrada aquelas em que se sente mais confortável, até perceber que encontrou “a tal”.
Lembre-se que a compra de uma moto deve ser feita com tempo, para que a escolha responda exatamente ao que procura e que a moto encaixe nas suas capacidades, necessidades e experiência de condução:
Ao sentar-se na moto deve verificar:
● O banco é confortável e tem a altura certa?
● Consegue colocar os dois pés bem assentes no chão?
● É fácil subir e descer da moto?
● A posição de condução é ergonómica e adequada à sua altura e peso?
● Os comandos, punhos e apoios dos pés estão no local certo?
● O tamanho e peso da moto são adequados para si?
E ao testar em estrada deve verificar:
● O motor é demasiado potente? Ou a moto faz esforço para obter a resposta que pretende do motor?
● Os travões são adequados à moto?
● As mudanças são suaves?
● Os comandos são ergonómicos e funcionam como o esperado?
● Sente dores ou desconforto nos pulsos, braços ou zona lombar?
● O banco continua a ser confortável passado algum tempo de condução?
● Se puder, conduza a moto à chuva, um importante fator se planear conduzir a moto ao longo do ano
E o preço?
Considere o seguinte: se tem pouca experiência, vale a pena comprar uma moto nova? Inevitavelmente haverá riscos, toques e até uma ou outra queda que tornarão um desperdício o maior investimento inicial. Portanto, coloque a hipótese de comprar uma moto mais acessível no início ou em segunda mão.
Uma moto que servirá de aprendizagem e que fará o tempo necessário de crescimento pessoal até sentir que já está capacitado para adquirir um modelo melhor e que responda de forma progressiva à sua evolução.
A questão que não se discute
No momento da escolha, a estética é o fator que mais lhe diz respeito e que mais terá a ver consigo. É uma questão totalmente subjetiva, mas é aquela sobre a qual não há discussão, porque se trata do seu gosto!
Nas motos este é um fator ainda mais evidente do que num carro, visto que se trata de um veículo eminentemente pessoal. Aqui não há ajuda nem opiniões possíveis. Acima de tudo, escolha bem e boas curvas!
Fonte: https://www.acp.pt/veiculos/condutor-em-dia/o-que-saber-sobre-motos/como-escolher-a-melhor-moto-para-mim
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ecpa